Síndrome do Impostor: Como lidar com a Autossabotagem que impede seu sucesso

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Já aconteceu de você alcançar um resultado incrível, receber elogios, reconhecimento… e sentir que aquilo foi pura sorte? Como se, de alguma forma, você estivesse enganando todo mundo e fosse uma questão de tempo até descobrirem que você não é “tudo isso”? Pois bem, esse é o universo da Síndrome do Impostor.
Esse sentimento silencioso atinge milhares de pessoas, especialmente mulheres, profissionais sensíveis, empáticas, que carregam consigo padrões de exigência altíssimos. E o mais curioso? Geralmente, essas pessoas são exatamente as mais competentes. Mas a mente conta outra história.
Vamos entender por que isso acontece e, principalmente, como reprogramar esse padrão de autossabotagem, para que você se sinta merecedor do sucesso que constrói todos os dias.
O que é a Síndrome do Impostor?
Síndrome do Impostor é a percepção persistente de que seu sucesso é imerecido, mesmo diante de evidências concretas de competência. A pessoa acredita estar enganando os outros e teme ser “descoberta” a qualquer momento.
Embora não seja um transtorno mental reconhecido no DSM-5 (manual psiquiátrico), ela tem impacto real na autoestima, motivação e saúde emocional.
“A síndrome do impostor é quando a pessoa sente que seu sucesso não é legítimo e acredita estar enganando os outros, mesmo sendo competente.”
De onde ela vem? As raízes emocionais e sociais da autossabotagem
A síndrome tem raízes profundas. Muitas vezes, começa na infância. Assim, a causa pode estar relacionada com ambientes exigentes demais, pais que só valorizavam notas altas, falta de validação emocional, entre outros. Depois, ela ganha força na vida adulta, quando entramos em ambientes competitivos ou marcados por padrões inatingíveis de perfeição.
Além disso, o cenário social tem papel crucial. Mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e outras minorias frequentemente enfrentam ambientes onde precisam provar o dobro para ter metade do reconhecimento. Consequentemente, alimenta o sentimento de fraude.
Os 5 tipos mais comuns de impostores
Pesquisadores identificaram perfis distintos entre pessoas que sofrem com a síndrome. Saber qual é o seu pode ajudar a desativar o padrão. Os principais são:
- Perfeccionista: Nunca acha que fez o suficiente.
- Gênio Natural: Acha que precisa acertar tudo de primeira.
- Expert: Sempre sente que precisa estudar mais antes de agir.
- Solista: Não pede ajuda porque acha que isso é sinal de fraqueza.
- Super-herói: Acredita que precisa dar conta de tudo — e sozinha.
Como a Síndrome do Impostor afeta sua vida profissional e pessoal
No trabalho, ela pode levar à procrastinação por medo de errar, excesso de esforço para compensar a insegurança, dificuldade em aceitar promoções ou elogios. Por outro lado, na vida pessoal, aparece como baixa autoestima, dificuldade em se relacionar, medo constante de não ser suficiente.
Às vezes, ela te impede de se candidatar àquela vaga dos sonhos ou de cobrar o valor justo pelo seu serviço. E, pior, você pode nem perceber que está se sabotando.
A relação entre a síndrome e a autossabotagem
Autossabotagem é o ato de criar obstáculos inconscientes ao seu próprio progresso. E a síndrome do impostor é uma das formas mais sutis e perigosas disso.
Nesse sentido, ela faz com que você:
- Rejeite oportunidades por medo de “não estar pronta”
- Se compare o tempo todo com os outros
- Desconfie de elogios genuínos
- Busque aprovação externa compulsivamente
“A síndrome do impostor é uma forma de autossabotagem, pois leva a pessoa a recusar oportunidades, duvidar de suas capacidades e diminuir conquistas legítimas.”
Psicologia Positiva: o antídoto contra a autodepreciação
A Psicologia Positiva ensina que não basta remover o que está errado — é preciso cultivar o que fortalece. Ou seja, você não precisa apenas “parar de se sabotar”, mas aprender a reconhecer suas forças, talentos e virtudes.
Práticas como escrever três conquistas diárias, identificar suas forças de caráter (como coragem, empatia ou criatividade) e celebrar pequenas vitórias geram um efeito dominó de autovalidação.
Como o Mindfulness pode ajudar a romper esse ciclo
Mindfulness — ou atenção plena — ajuda a desacelerar os pensamentos automáticos. Ao trazer sua atenção para o agora, você aprende a observar esses diálogos internos sabotadores sem se confundir com eles.
Exercício rápido de mindfulness:
Respire fundo. Observe sua respiração por 1 minuto, com atenção. Se você não conseguir se concentrar, não tem problema. Seja gentil consigo, e tente novamente. Então, quando um pensamento sabotador surgir, como: “Isso é uma perda de tempo, não estou fazendo certo.”, apenas diga mentalmente: “Pensamento”. E volte ao presente. Isso treina o cérebro a não se identificar com a crítica interna.
O que acontece normalmente:
Quando um pensamento surge — tipo “você não é boa ou não é bom o suficiente” ou “vai dar tudo errado” — tendemos a acreditar automaticamente nesse pensamento, sem questionar. Desse modo, ele vira uma verdade absoluta e começa a gerar emoção, tensão, ansiedade, medo…
O que o mindfulness propõe:
Em vez de lutar contra o pensamento ou se deixar levar por ele, você apenas o observa como um evento mental passageiro. Ou seja, você o reconhece: “Isso é só um pensamento.”
Dessa forma, dizer mentalmente “pensamento” assim que o pensamento sabotador surge, cria um espaço de consciência entre você e o conteúdo mental. E assim, você se lembra de que: “Pensamento não é realidade. É só um conteúdo da minha mente neste momento.”
Técnicas de PNL para reprogramar o diálogo interno
Submodalidade auditiva:
A PNL (Programação Neurolinguística) permite alterar padrões mentais repetitivos. Sendo assim, temos diversas técnicas que podem ser utilizadas no caso da síndrome do impostor. Uma das mais eficazes é a mudança da submodalidade auditiva:
- Se a voz crítica interna tem um tom sério e grave, imagine ela sendo dita com voz de desenho animado.
- Repita a crítica interna, mas agora com voz de pato Donald. O resultado? O peso da crítica se dissolve, e você retoma o controle.
Ancoragem:
Outro recurso poderoso é a ancoragem — associar um gesto (como apertar dois dedos) a uma memória de sucesso e segurança. Isso ativa esse estado quando a dúvida surgir.
Parece mágica, mas é neurociência aplicada: nosso cérebro é uma máquina de associações. Assim como uma música pode te fazer lembrar de um amor antigo (e sentir tudo de novo), você pode deliberadamente instalar “gatilhos positivos” no seu corpo e mente.
“Ancoragem é o processo de associar um estímulo sensorial (um gesto, som, imagem ou toque) a um estado emocional específico, de forma que, ao repetir esse estímulo, o estado desejado seja reativado automaticamente.”
Exercício de ancoragem:
- Escolha o estado emocional desejado:
Pode ser confiança, segurança, calma, motivação — qualquer estado que contraponha o da síndrome do impostor. - Lembre-se de uma experiência real em que você sentiu isso com intensidade:
Feche os olhos e reviva aquele momento como se estivesse acontecendo agora. Nesse sentido, sinta, veja e ouça todos os detalhes. - No pico da emoção, aplique um estímulo físico específico:
Por exemplo, pressione o polegar e o indicador juntos, toque o lado esquerdo do pulso ou feche a mão de um jeito único. Esse estímulo é sua âncora. - Repita o processo com diferentes memórias similares:
Isso fortalece a âncora, tornando-a mais confiável. - Teste a âncora:
Em um momento neutro ou levemente estressante, ative o gesto. Dessa forma, você deve sentir uma mudança emocional quase imediata.
Por que funciona tão bem contra a Síndrome do Impostor?
Porque a síndrome do impostor é, essencialmente, um estado emocional condicionado: um conjunto de sensações, pensamentos e reações que surgem automaticamente diante de certos gatilhos, como um elogio, uma nova responsabilidade ou visibilidade profissional.
Dessa forma, com o uso da ancoragem, você está instalando um novo atalho emocional no seu cérebro. Ou seja, em vez de entrar no padrão da dúvida, você aciona a confiança.
Dica bônus: Combine com respiração consciente
Ao ativar sua âncora, faça 3 respirações profundas e conscientes. Isso potencializa o efeito e ancora o gesto também no seu corpo físico, criando uma resposta ainda mais integrada.
Estratégias práticas para reconhecer e lidar com a Síndrome do Impostor
- Diário de evidências: anote suas conquistas, feedbacks positivos e superações.
- Reinterprete os erros: cada falha é uma lição, não uma sentença.
- Converse com mentores: ouvir de alguém experiente que você está no caminho certo ajuda a dissolver dúvidas.
- Não espere confiança para agir: a confiança vem com a ação, não antes dela.
Frases de confiança para quando a dúvida surgir
- “Se cheguei até aqui, não foi por acaso — foi por esforço.”
- “Não preciso ser perfeita(o) para ser excelente.”
- “Ser vulnerável não me torna fraca(o), me torna humana(o).”
- “O sucesso que tenho é legítimo, e sou digna(o) dele.”
- “Posso não saber tudo, mas estou sempre aprendendo.”
“Para lidar com a síndrome do impostor, repita frases como: ‘O sucesso que tenho é legítimo e sou digna(o) dele’”
O que fazer quando o medo do fracasso paralisa
Respire. Identifique o medo. Pergunte-se: “Qual o pior cenário? E o melhor?”. Muitas vezes, o medo perde força quando é iluminado com clareza.
Lembre-se: ninguém tem controle absoluto. O fracasso, quando encarado como experiência, é parte natural do processo de crescimento.
Quando procurar ajuda: terapia, grupos de apoio e programas integrativos
Se a síndrome começa a impactar sua saúde mental, autoestima ou decisões importantes, é hora de buscar apoio. Terapia cognitivo-comportamental, programas com base em PNL e Psicologia Positiva (como o Mindset Reprogramado), grupos terapêuticos — todos podem ajudar.
Conclusão: A vida que você deseja está depois da dúvida
A Síndrome do Impostor não define quem você é. Afinal, ela é apenas uma voz — alta, insistente, mas equivocada. Assim, quanto mais você se aprofunda no autoconhecimento, mais descobre que seu valor nunca dependeu da validação dos outros.
Você merece, sobretudo, estar onde está. E merece ir ainda mais longe.
FAQ – Perguntas frequentes sobre Síndrome do Impostor
1. O que é a síndrome do impostor?
É a sensação persistente de que seu sucesso não é merecido, mesmo havendo evidências de competência.
2. Como saber se tenho essa síndrome?
Se você sente que está “enganando” as pessoas, duvida das suas conquistas e evita desafios por medo de falhar, pode estar lidando com ela.
3. A síndrome do impostor tem cura?
Embora não exista uma “cura”, é possível superá-la com autoconhecimento, práticas de Psicologia Positiva, Mindfulness, PNL e, se necessário, terapia.
4. Mindfulness realmente ajuda nesses casos?
Sim. Mindfulness ajuda a reconhecer e desacelerar pensamentos autocríticos, quebrando o ciclo da autossabotagem.
5. Qual o primeiro passo para lidar com a síndrome?
Reconhecê-la. Depois, praticar a autocompaixão e buscar ferramentas práticas para mudar seu diálogo interno.
Imagem: Freepik

Marcel Castilho é especialista em neuromarketing, neurociência, mindfulness e psicologia positiva. Além de publicitário, também é Master em PNL – Programação Neurolinguística. Como proprietário e fundador da agência de comunicação VeroCom e também da agência digital Vero Contents, estuda há mais de 30 anos o comportamento humano.