Dopamine: what it is, what it is for and how to increase it naturally
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Se você já sentiu aquela explosão de alegria ao receber uma boa notícia ou a satisfação de riscar uma tarefa da sua lista, saiba que por trás dessa experiência existe um protagonista silencioso: a dopamine. Esse neurotransmissor tem sido chamado de “molécula da motivação” porque está diretamente ligado à forma como buscamos prazer, recompensas e propósito na vida.

Mas a dopamina não é apenas sobre felicidade. Sendo assim, quando equilibrada, ela nos ajuda a focar, a aprender e a perseguir objetivos. Por outro lado, quando em desequilíbrio, pode estar na raiz da procrastinação, da autossabotagem, da ansiedade, da depressão e até dos vícios.

“A dopamina é um neurotransmissor fundamental para a motivação, o prazer e o aprendizado, regulando comportamentos e emoções no dia a dia.”

Ao longo deste artigo, vamos mergulhar fundo na ciência e nas práticas para entender o que é dopamina, como ela funciona no cérebro, como impacta o comportamento humano e, principalmente, como aumentar seus níveis de forma natural e equilibrada.

O que é dopamina?

A dopamina é um neurotransmitter, ou seja, uma molécula que transmite sinais entre neurônios. Produzida principalmente em regiões do mesencéfalo, como a substância negra e a área tegmental ventral, ela se espalha para áreas como o córtex pré-frontal e o núcleo accumbens, regulando motivação, foco, emoções e movimento.

Foi apenas nos anos 1950 que os cientistas começaram a entender a importância da dopamina. Estudos sobre a doença de Parkinson — caracterizada por degeneração de neurônios produtores de dopamina — mostraram como ela era essencial não apenas para os movimentos, mas também para o prazer e a motivação.

“Dopamina é uma substância química do cérebro que atua como mensageira, essencial para motivação, aprendizado, prazer e movimento.”

E aqui está a primeira grande confusão: muita gente pensa que dopamina é a mesma coisa que serotonina. Embora trabalhem juntas, as duas têm funções diferentes:

  • Dopamine: está ligada à motivação e ao desejo de alcançar recompensas.
  • Serotonin: regula o humor, a calma e a sensação de bem-estar.

Assim, podemos dizer que a serotonina nos dá contentamento, enquanto a dopamina nos dá energia para buscar aquilo que queremos.

Para que serve a dopamina no corpo e na mente

A dopamina participa de processos vitais para a vida humana. Entre suas funções mais conhecidas, estão:

  • Motivação e foco: ela é o combustível que nos move. Logo, sem dopamina, falta energia para agir.
  • Prazer e recompensas: cada conquista, pequena ou grande, libera dopamina. Ou seja, é a sensação de vitória ao concluir um projeto ou mesmo ao receber uma curtida em redes sociais.
  • Aprendizado e memória: a dopamina fortalece conexões neurais, ajudando a consolidar o que aprendemos.
  • Controle motor: níveis adequados são fundamentais para movimentos coordenados.

Por exemplo: quando você conclui uma tarefa importante no trabalho, o cérebro libera dopamina. Dessa forma, esse sinal de recompensa aumenta a chance de você repetir o comportamento no futuro.

Por outro lado, quando a dopamina está em baixa, podem surgir sintomas como falta de energia, desânimo e dificuldade de concentração.

Dopamina e comportamento humano

O cérebro é uma máquina que busca prazer e evita dor. E a dopamina está no centro desse processo. Pense na sensação de checar o celular em busca de notificações: a cada curtida ou mensagem recebida, uma pequena dose de dopamina é liberada, reforçando o hábito de repetir a ação.

Esse mecanismo, chamado de sistema de recompensas dopaminérgico, explica por que muitas vezes caímos em ciclos de gratificações imediatas, como rolar redes sociais, comer doces ou procrastinar tarefas difíceis.

“A dopamina influencia diretamente os hábitos humanos, reforçando tanto comportamentos positivos quanto padrões de vício ou procrastinação.”

Quando não controlada, a dopamina pode nos sabotar, levando ao piloto automático da busca por prazer rápido. Mas, quando direcionada a objetivos maiores, se torna a chave para manter propósito, disciplina e motivação de longo prazo.

Dopamina sob a lente da Neurociência

A neurociência mostra que a dopamina atua em áreas-chave do cérebro, entre elas:

  1. Córtex pré-frontal: responsável por planejamento e tomada de decisões.
  2. Sistema límbico: regula emoções e prazer imediato.
  3. Núcleo accumbens: centro do sistema de recompensas.

Essas regiões fazem parte do chamado circuito dopaminérgico mesolímbico, fundamental para aprendermos com recompensas e evitarmos punições.

Além disso, a dopamina circula em quatro vias principais do cérebro:

  1. Via mesolímbica – conecta a área tegmental ventral ao núcleo accumbens. É a via clássica do prazer e da recompensa.
  2. Via mesocortical – liga a dopamina ao córtex pré-frontal, regulando funções executivas como planejamento, foco e tomada de decisão.
  3. Via nigroestriatal – responsável pelo controle motor, relacionada ao Parkinson.
  4. Via tuberoinfundibular – regula a liberação de hormônios pela hipófise.

Essas vias mostram que a dopamina não é apenas prazer: sobretudo, ela participa da regulação hormonal, da coordenação motora e até da forma como lidamos com riscos e incertezas.

Outro ponto crucial é que a dopamina não é liberada apenas quando recebemos uma recompensa, mas também na expectativa dela. É por isso que a antecipação de um evento prazeroso pode ser tão excitante quanto o próprio evento.

Quando equilibrada, a dopamina favorece aprendizado, motivação e bem-estar. Mas, em excesso, pode levar a comportamentos compulsivos (como vícios em jogos ou substâncias). Em deficiência, pode estar ligada a depressão, apatia e até doenças neurológicas como Parkinson.

Como aumentar a dopamina de forma natural

A boa notícia é que podemos estimular a produção de dopamina sem recorrer a substâncias externas. Eis as práticas mais eficazes:

Estilo de vida equilibrado

  • Exercícios físicos: aumentam dopamina e melhoram a sensibilidade dos receptores. Sobretudo, atividades aeróbicas e musculação são altamente eficazes.
  • Sono de qualidade: a privação de sono reduz a disponibilidade de dopamina e a capacidade de manter o foco. Ou seja, uma boa noite de sleep é essencial para a produção da dopamina.
  • Alimentação rica em tirosina: esse aminoácido é o precursor da dopamina. Está presente em ovos, peixes, sementes de abóbora, abacate e banana.
  • Exposição ao sol: regula não só dopamina, mas também serotonina e vitamina D, fundamentais para o humor.

Mindfulness

A prática da atenção plena ajuda a equilibrar o sistema de recompensas. Nesse sentido, observar pensamentos e emoções sem julgamentos ajuda a reduzir a busca por gratificações automáticas.

Practical exercise: respire fundo por três minutos, focando apenas no ar entrando e saindo. Quando notar distrações, volte ao presente sem se criticar. Essa prática aumenta o controle do córtex pré-frontal sobre impulsos dopaminérgicos.

Positive Psychology

Em vez de esperar grandes conquistas para sentir prazer, podemos treinar o cérebro a valorizar pequenas vitórias. Práticas como gratitude journaling (escrever três coisas pelas quais é grato), reconhecimento de progressos e cultivo de emoções positivas ativam o sistema dopaminérgico de forma saudável e duradoura.

NLP (Neuro-Linguistic Programming)

A PNL ensina técnicas para reprogramar padrões mentais. Uma delas é a técnica SWISH, que troca imagens negativas por representações positivas. Acima de tudo, essa mudança ativa novos circuitos cerebrais e cria recompensas internas, estimulando dopamina alinhada a objetivos de longo prazo.

Dopamina, vícios e autossabotagem

A dopamina também está por trás de muitos vícios modernos. Redes sociais, jogos, pornografia e comida ultraprocessada funcionam como “injeções rápidas” de dopamina, criando ciclos de compulsão.

Contudo, esse excesso desgasta os receptores dopaminérgicos, fazendo com que o cérebro precise de estímulos cada vez maiores para sentir prazer. Dessa forma, é aqui que nasce a autossabotagem: trocamos conquistas duradouras por picos passageiros.

O conceito de dopamine detox surgiu como resposta a isso: reduzir estímulos artificiais (como celular e açúcar) para reequilibrar o sistema de recompensas. Por outro lado, ainda que os estudos científicos sobre essa prática de detox sejam recentes, ela pode ajudar a retomar o controle sobre o prazer natural.

Diferenças individuais: por que alguns buscam mais prazer que outros?

A dopamina não funciona da mesma forma em todas as pessoas. Assim, pesquisas mostram que variações genéticas, como no gene DRD4, influenciam a sensibilidade à dopamina. Ou seja, pessoas com certas variantes tendem a buscar mais novidades (novelty seeking), o que pode ser tanto fonte de criatividade quanto de impulsividade.

Isso explica por que algumas pessoas parecem precisar de estímulos constantes, enquanto outras se satisfazem com pequenas recompensas.

Dopamina sob a ótica da Psicologia Positiva e do Mindset

Dentro do modelo PERMA, da Psicologia Positiva de Martin Seligman, a dopamina se relaciona especialmente a:

  • Engajamento (E): sentir-se absorvido em atividades prazerosas.
  • Realização (A): conquistar metas libera dopamina e reforça autoconfiança.
  • Emoções Positivas (P): prazer e motivação estão profundamente ligados à dopamina.

Dessa forma, quando alinhamos dopamina ao nosso propósito de vida, saímos do ciclo da busca por prazer imediato e passamos a construir motivação sustentada — um passo fundamental para a reprogramação do mindset.

Cuidados com a dopamina

A dopamina pode ser uma aliada ou uma armadilha. Em excesso, leva a compulsões, vícios e até transtornos de saúde mental. Em falta, pode causar depressão, apatia e falta de energia.

“O equilíbrio da dopamina é essencial para a saúde mental. Nem de menos, nem de mais.”

O segredo está em cultivar hábitos que estimulem dopamina de forma equilibrada: recompensas naturais, propósito claro e práticas que unam corpo e mente.

In short…

A dopamina é muito mais do que o “neurotransmissor do prazer”: ela é a energia vital que move nossas escolhas, reforça nossos hábitos e nos impulsiona a agir. Sendo assim, quando aprendemos a equilibrar esse mensageiro químico, deixamos de ser reféns de gratificações imediatas e passamos a construir uma vida com foco, propósito e realização.

Portanto, unindo ciência, mindfulness, psicologia positiva e PNL, você pode direcionar a dopamina a seu favor, transformando pequenas ações cotidianas em combustível para grandes mudanças.

FAQ – Perguntas frequentes sobre dopamina

1. O que é dopamina em poucas palavras?

Dopamina é um neurotransmissor que regula motivação, prazer, aprendizado e movimento.


2. Qual a diferença entre dopamina e serotonina?

Dopamina gera motivação e busca de recompensas; serotonina regula humor e bem-estar.


3. Como saber se tenho falta de dopamina?

Desmotivação, apatia, dificuldade de foco e ausência de prazer em atividades são sinais comuns.


4. Quais alimentos aumentam dopamina?

Banana, abacate, peixe, ovos, nozes, chocolate amargo e sementes de abóbora, ricos em tirosina.


5. Dopamina em excesso faz mal?

Sim. Excesso está ligado a vícios, compulsões e comportamentos de risco. O ideal é manter equilíbrio.


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