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Investigação apreciativa: o que é e como colocar em prática
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Você já ouviu falar em investigação apreciativa? Essa é uma metodologia que busca promover mudanças positivas, sendo utilizada tanto na vida pessoal quanto na profissional.

Neste artigo, você vai aprender o que é investigação apreciativa, como ela surgiu, quais são os seus benefícios e como aplicá-la na prática. Vamos lá?

O que é investigação apreciativa?

A investigação apreciativa (IA) é uma abordagem que se baseia na exploração colaborativa dos aspectos positivos, ao invés de focar nos problemas e deficiências. A ideia é identificar e ampliar o que já funciona bem, estimulando a criatividade, a inovação e a participação dos envolvidos. A IA parte do princípio de que todos os sistemas têm pontos fortes e que podem gerar mudanças desejáveis e sustentáveis.

Como surgiu a investigação apreciativa?

Na década de 1980, dois pesquisadores da Case Western Reserve University, David Cooperrider e Suresh Srivastva, desenvolveram a investigação apreciativa, baseados em suas observações no ambiente corporativo.

Eles perceberam que as abordagens tradicionais de mudança, baseadas na análise e na solução de problemas, eram limitadas e muitas vezes geravam resistência e desmotivação. Por isso, eles propuseram uma nova forma de olhar, focando nas forças e nas suas possibilidades de crescimento.

Quais são os benefícios da investigação apreciativa?

A investigação apreciativa traz vários benefícios, principalmente se aplicada para as organizações, tais como:

  • Aumenta a autoestima e a confiança dos envolvidos, que se sentem valorizados e reconhecidos pelas suas contribuições positivas.
  • Estimula a cooperação e o engajamento dos participantes, que se tornam coautores das mudanças e compartilham uma visão comum de futuro. Assim, ajuda as pessoas a se comunicarem de forma mais eficaz. Portanto, leva a uma melhor compreensão mútua dos envolvidos.
  • Promove a aprendizagem e o desenvolvimento contínuo, pois incentiva a troca de experiências, o questionamento e a experimentação. Dessa forma, a investigação apreciativa ajuda as pessoas a pensarem de forma mais criativa e inovadora. Isso pode levar a novas ideias e soluções.
  • Gera resultados concretos e duradouros, pois as mudanças são baseadas nas reais necessidades e aspirações da organização e dos seus stakeholders.

Como aplicar a investigação apreciativa na prática?

O processo de IA segue quatro etapas, conhecidas pela sigla 4D: descoberta, sonho, desenho e destino. Veja como funciona cada uma delas:

Descoberta (Discovery)

A etapa de descoberta consiste em identificar e valorizar os aspectos positivos da organização, como as suas conquistas, os seus talentos, os seus valores, os seus diferenciais, etc. Para isso, são realizadas entrevistas apreciativas, nas quais os participantes são convidados a compartilhar histórias de sucesso e a expressar o que mais apreciam na organização. Desse modo, essas informações são coletadas e analisadas, gerando um diagnóstico positivo da situação atual.

Sonho (Dream)

A etapa de sonho consiste em imaginar e construir uma visão de futuro para a organização, baseada nos seus pontos fortes e nas suas oportunidades de melhoria. Para isso, são realizadas oficinas criativas, nas quais os participantes são estimulados a sonhar com o que desejam para a organização e a visualizar como ela seria se fosse ideal. Essas ideias são sintetizadas e comunicadas, gerando uma visão compartilhada de futuro.

Desenho (Design)

A etapa de desenho consiste em planejar e elaborar as ações necessárias para tornar a visão de futuro uma realidade. Para isso, são realizados grupos de trabalho, nos quais os participantes são desafiados a definir os objetivos, as estratégias, os recursos, os indicadores, os prazos, etc. Esses planos são validados e alinhados, gerando um compromisso coletivo de ação.

Destino (Destiny)

A etapa de destino consiste em implementar e avaliar as ações planejadas, buscando alcançar os resultados esperados. Para isso, realizam-se acompanhamentos periódicos, nos quais os participantes são responsáveis por executar, monitorar, ajustar e celebrar as ações. Assim, é feito o registro e o compartilhamento desses feedbacks, gerando um ciclo de aprendizagem e melhoria contínua.

A investigação apreciativa pode ser aplicada em diversos contextos e situações, como planejamento estratégico, gestão de projetos, desenvolvimento de equipes, melhoria de processos, entre outros.

Algumas dicas de como aplicar a investigação apreciativa:

  • Comece com uma pergunta apreciativa: a primeira etapa é formular uma pergunta apreciativa. Uma pergunta apreciativa é uma pergunta que se concentra nos pontos fortes e nas possibilidades futuras. Por exemplo, uma pergunta apreciativa para uma organização pode ser: “Como podemos nos tornar uma organização ainda mais inovadora?”.
  • Reúna um grupo diversificado de pessoas: a investigação apreciativa é uma abordagem colaborativa. Reúna um grupo diversificado de pessoas para participar do processo. Isso garantirá a consideração de diferentes perspectivas.
  • Use uma variedade de ferramentas e técnicas: existem muitas ferramentas e técnicas para utilização na investigação apreciativa. Assim, escolha as ferramentas e técnicas mais adequadas para o seu sistema.

Relação entre a investigação apreciativa e a psicologia positiva

A IA e a psicologia positiva são duas abordagens que compartilham uma orientação comum em direção ao desenvolvimento positivo, mas elas têm focos e aplicações distintas:

Ênfase no Positivo

  • Investigação Apreciativa (IA): A IA concentra-se em identificar e ampliar as forças positivas em organizações, equipes e indivíduos. Ela parte do pressuposto de que as organizações funcionam melhor quando reconhecem seus pontos fortes e os utilizam para catalisar o crescimento.
  • Psicologia Positiva: A psicologia positiva, por sua vez, é uma disciplina que busca entender e promover aspectos positivos da experiência humana, como felicidade, gratidão, resiliência e bem-estar. Ela examina como as pessoas podem florescer e prosperar, indo além da simples ausência de problemas.

Abordagem Construtiva

  • Investigação Apreciativa (IA): A IA segue uma abordagem construtiva, direcionando a atenção para o que está funcionando bem, ampliando essas práticas positivas. Ela encoraja a coleta de histórias de sucesso e a aplicação de soluções baseadas nessas histórias.
  • Psicologia Positiva: A psicologia positiva também adota uma perspectiva construtiva, buscando entender e promover aspectos construtivos da psique humana. Ela procura identificar fatores que contribuem para a realização e a felicidade, promovendo intervenções que fortaleçam esses aspectos.

Aplicações Práticas

  • Investigação Apreciativa (IA): Aplica-se a IA frequentemente em contextos organizacionais para impulsionar a mudança positiva, melhorar a cultura corporativa e fortalecer as relações entre membros da equipe.
  • Psicologia Positiva: A psicologia positiva tem aplicações mais amplas, abrangendo domínios como terapia, educação, coaching e desenvolvimento pessoal.

Embora a investigação apreciativa e a psicologia positiva tenham objetivos semelhantes de promover o crescimento e o desenvolvimento positivo, a IA está mais voltada para o contexto organizacional e de mudança, enquanto a psicologia positiva tem uma aplicação mais ampla em diversas áreas da vida humana. Ambas, no entanto, contribuem para uma abordagem mais holística e positiva para compreender e promover o bem-estar.

Resumindo…

A investigação apreciativa é uma metodologia que pode transformar as organizações, fazendo com que elas se tornem mais positivas, criativas, colaborativas e eficazes. Ao invés de se concentrar nos problemas, a IA se concentra nas soluções, valorizando o que há de melhor nas pessoas e nas situações.

Assim, a IA contribui para o desenvolvimento de organizações mais humanas, felizes e sustentáveis. E você, já experimentou a investigação apreciativa na sua organização? Comece já a transformação!

Indicação de leitura:

Imagem: Freepik